quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Há quase dois anos foi assim... #2

Back to basics é tal e qual o que eu estou a viver.
O conforto da minha vida moderna evaporou-se! Voltámos 50 anos atrás e eu não sei viver assim.
Choque cultural é pouco, isto é choque temporal e geográfico.
A saber:
Não há supermercados, há muito poucas estradas pavimentadas e quando chove fica tudo elameado, há cortes de água quase todos os dias, já passámos vários fins de tarde sem eletricidade, e este fim de semana quase passámos a barreira de um fim de semana inteiro sem luz! - O que significou usar lanterna a partir das seis da tarde, tudo o que estava no frigorifico foi para o lixo e o entertenimento tem de ser tudo o que näo é electrónico... 
Além disso, o duche é frio e a água que sai do chuveiro é ridiculamente pouca e com pouca pressão.

Vivemos numa vila pequena, o que faz com que seja tudo mais autentico mas ao mesmo tempo um bocado desesperante… Não há nada aqui… É tudo muito local… Só mercado local, só produtos locais. De tal forma que sonho com os supermercados Dinamarqueses e tenho miragens da prateleira de chocolates…
Depois há uma cidade maior (Tanga) a 1,5h de distancia e já há um supermercado à séria com muitos produtos “europeus”. Quando fui a esse supermercado por um lado fiquei maravilhada por outro fiquei deprimida – Não pude deixar de pensar – tanta coisa que precisamos nós comparado com a vida simples que se vive aqui no mato (Korogwe).
Sendo a 1,5 e meia de caminho só dá para ir lá aos fins de semana, e como queremos conhecer outros sítios e aproveitar passear em vez de usar um sábado inteiro para ir ao supermercado… acabamos por não ir lá (só fomos uma vez). Bem, mas já chega de conversa de dona de casa :) só penso nos produtos que me fazem falta?? 

O Martin está mesmo óptimo, adora a vida aqui e aproveita-a muito bem.

Escaparmos do inverno em Copenhaga! Lá tem estado neve desde Novembro e embora ao inicio seja giro a neve, é mesmo muito frio, e não dá para estar com o Martin muito tempo na rua.
 Aqui ele está o dia todo no jardim, passeia de bicicleta, joga à bola, delira com as vacas, galinhas e burros que há à volta. É uma alegria.
Mas demorou quase um mês ou mais a adaptar-se. Dormia muito mal ao início, e por isso ficámos todos de rastos. Durante uns tempos nem ia para o jardim, tinha medo de tudo, mas agora é um valente, e passeia-se pela vizinhança de bicicleta todo orgulhoso.O T. está em casa com ele o dia todo enquanto eu trabalho, não deu para arranjar babá. A barreira cultural e linguística é muito grande... e ele precisa de alguém que o entenda.




2 comentários:

  1. Bem mafalda, tenho uma grande, grande amiga, que foi viver este ano para Moçambique com a família e à qual tive de mostrar este teu post! É que parecia que estava a ler o relato dela de quando falamos pelo gmail! A falta de luz, os banhos de água fria, a carência de produtos alimentares e a ausência de supermercados ou de coisas tão simples que damos como adquiridas como... chocolate!! Ela diz-me exactamente as mesmas coisas! ;)
    Eu acho que não era capaz de me habituar, sou muito comodista e consumista nessas coisas e assusta-me a ideia de ficar privada de coisas que eu considero tão essenciais e necessárias ao meu bem estar, como água e luz! Mas sem dúvida que reconheço que é preciso uma enorme força de vontade em permanecer em sítios assim e em adaptarmo-nos a eles, aceitando aquilo que temos em nosso entorno e viver sem aspirar a mais. Uma grande lição de vida e de humildade!
    beijinhooossss


    ps - o martinico não faz anos por estes dias?!?!

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  2. Olá Mafalda! olha que giro!!
    Pois, mas acredita que eu vivia a aspirar mais e os 6 meses que lá vivemos passaram devagar... Mas agora olhando para trás digo-te - foi uma licäo de vida, e sempre que me queixo da minha vidinha lembro-me dos tempos que vivemos lá e da vida que muitas pessoas têm nesses países e relativizo um bocado os meus problemas. beijinhos!!
    Sim, o martinico faz anos daqui a 7 dias. Depois ponho aqui as fotos da festa :)

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